Festival Novas Frequências – resumo artístico

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_Sun Araw (EUA)

07 de dezembro

Esse artista norte-americano é um dos grandes catalizadores das possibilidades que enriquecem a música atual. Combinando lo-fi com psicodelia, cantos mântricos e ritmos como afrobeat e krautrock, Cameron Stallones proporciona um efeito de imersão, transe, viagem e transcendência.


_Murcof (México)

08 de dezembro

Fernando Corona tem a forte veia da multidisciplinaridade, ditada pelo refinamento da música clássica e seu universo estético. O artista realiza obras para lugares importantes como o Palácio de Versailles, teatros e salas de exposições, utilizando elementos da eletrônica para criar orquestras sinfônicas contemporâneas ou peças audiovisuais de extremo bom gosto .


_Andy Stott (Inglaterra)

09 de dezembro

Uma das evidências de que a música eletrônica pode, sim, ter apelo tanto para a cabeça quanto para os pés. Em uma rara conjunção, esse produtor inglês extrai o que há de mais urgente no dubstep e o combina com as batidas do house sujo das ruas e a sofisticada sonoridade do IDM. O resultado soa como uma trilha dos tempos atuais: sombrio e primal.

North To South
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Retail Juke
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_Com Truise (EUA)

10 de dezembro

Com Truise se apropria de várias referências da década de 80, como synth-pop, electro e neo-romantismo mas consegue fazê-las andar no seu ritmo: batidas atuais com uma dose de lo-fi, que criam uma atmosfera estranhamente mágica e contemporânea para as músicas.

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_Pazes (Brasil)

11 de dezembro

De Brasília, surge uma interessante promessa para a produção eletrônica brasileira: vidrado no “pós hip hop” de nomes como Flying Lotus e os demais artistas do selo Brainfeeder, Lucas Febraro deu origem ao projeto Pazes. Com batidas contemporâneas e etéras, ele cria faixas extremamente agradáveis de se escutar, como na releitura de “Sétimo Andar” do Los Hermanos.

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_Psilosamples (Brasil)

11 de dezembro

Este projeto de Minas Gerais desconstrói elementos da cultura popular e folclórica brasileira para reutilizá-los com frenéticas batidas eletrônicas, sintetizadores e diversos efeitos sonoros. Assim, Zé Rolê cria improváveis paisagens “neo-regionais” que são ao mesmo tempo incrivelmente atuais e delirantes.

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Sun Araw, Andy Stott e Com Truise por Guga Liuzzi

Sun Araw por Guga Liuzzi

Andy Stott por Guga Liuzzi

Com Truise por Guga Liuzzi

Fissurado nas atrações do Novas Frequências, o carioca Guga Liuzzi topou o desafio: interpretar visualmente os trabalhos de Sun Araw, Andy Stott e Com Truise.

Guga, 27 anos, é surfista e nerd. Tambem é grafiteiro, artista plástico, ilustrador e designer. Ganhou reconhecimento ao grafitar os hidrantes e fradinhos da cidade do Rio de Janeiro, transformando-os em personagens que interagem com seu meio, a rua. Hoje está desenvolvendo pinturas e esculturas a partir de sistemas cromáticos próprios, desenhando com ferramentas de “generative arts” e fazendo uma série imagens de santos usando materias não usuais.

Para ver mais trabalhos do Guga, clique aqui.


Se você de alguma maneira trabalha com algum tipo de arte visual e, como o Guga, curte os artistas do Novas Frequências, mande um email para chicodub (@) gmail.com que a gente publica seu trabalho aqui.

Sexta Frequência #2

O fim de semana é uma boa oportunidade para escutar, com calma, o conteúdo musical de alguns artistas do Novas Frequências. Por isso, às sextas, um post direto ao ponto: remixes, podcasts e faixas de destaque dos artistas que subirão ao palco do festival.

Começando com um álbum inteiro do Psilosamples, para enriquecer sua coleção:

_Psilosamples: “As aventuras de Zé no planeta roça”

Download

Continuando, um sensacional podcast do Sun Araw para a revista The Wire: ”Super Slayerss, Adventures in Modern Music”. Não durmam pois é especial. Afrobeat, soul psicodélico, e outras aplicações…

_ Sun Araw presents: Super Slayerss, Adventures in Modern Music

Download

Sun Araw vai além…..

Que tal uma trilha sonora para rolar infinitamente de carro pelo deserto ou para construir paisagens mágicas na mente? Isso é o que Night Gallery, gravado por Sun Araw em parceria com a banda The Eternal Tapestry, pode proporcionar.

Após decidirem o clima musical da jam session, os integrantes dessa orquestra psicodélica tocaram ao vivo por quase uma hora. São momentos do mais puro drone com os músicos improvisando seguidamente durante um encontro em Austin, no Texas. O resultado foi registrado diretamente no álbum, apenas editado para dividí-lo em quatro faixas.

_Preview de Night Gallery

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Segue a abertura do programa de onde tiraram o nome do projeto. Muito bacana. Não é todo dia que essa linguagem é utilizada em séries de TV!

http://youtu.be/Y9pToHSFdwk

Sexta Frequência

Às sextas, podcasts, remixes e destaques musicais dos artistas do festival para serem saboreados ao longo do fim-de-semana.

Hoje: um set do cada vez mais comentado Com Truise, um remix poderoso de Sun Araw, uma versão disco-psicodélica de uma música do Emeralds (projeto de Mark McGuire), e uma faixa juke de um dos projetos de Andy Stott.

__Com Truise –  Komputer Cast (Ghostly Edition)

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Através de suas produções, Com Truise já vem sendo merecidamente elogiado. Um pouco de sua trajetória e algumas faixas já foram postadas aqui no site do Novas Frequências, mas ouvir um podcast (ou dj set, como preferir) do artista é uma outra experiência.  O trabalho repleto de funk sintético, romantic boogie e synth em geral ajuda a entender de onde ele tira inspiração.

__Emeralds – Candy Shop (A.A. Wallace Disco Do-over)

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__Remix feito por Sun Araw

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Vale ouvir já que não é toda hora que Sun Araw se dedica a produzir material mais voltado para as pistas. Sua versão para a faixa do Owiny Sigoma Band é um afro-disco repetitivo; imagine um Prins Thomas psicodélico, ainda mais psicodélico.

__Andrea, projeto paralelo de Andy Stott:

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Para quem deixou passar desapercebido, desta vez não deixe de ouvir. As produções são, de fato, muito alto nível:

Semana que vem tem mais.

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Postado por Gustavo mm

Sun Funclub ou Teenage Araw

Supresas não param de sair da sacola de Cameron Satollones. Seus projetos paralelos e parcerias, além de ecléticos (no melhor sentido do termo), lidam com obras quase imaculadas de outros artistas. Não é qualquer um que bancaria o convite para fazer uma intervenção sonora em uma projeção de um filme de Fellini (Satyricon), entre outros trabalhos que ainda serão destrinchados no site do Novas Frequências.Uma apresentação chamou a atenção por não se tratar do que normalmente é associado a Sun Araw, mais conhecido pelo som contemplativo, de insistente repetição psicodélica. Em um projeto do L.A. Weekly, em que novos artistas intepretam álbuns que reverenciam, o músico escolheu Bandwagonesque do Teenage Fanclub.

O disco chegou a superar Nevermind do Nirvana como “Álbum do ano”, da revista Spin, em 1991, e permanece uma referência para fãs da banda e de rock em geral. O site do L.A. Weekly fala detalhadamente sobre o evento.

Cameron gosta tanto de Teenage Funclub que inclusive gravou uma cover do grupo no single 7″ Houston Abstros. Detalhe: “December” também faz parte do track list de Bandwagonesque.

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Postado por Gustavo mm

Sun Araw por Simon Reynolds!

Para completar os “selos de qualidade” com que Sun Araw vem sendo merecidamente condecorado, segue o link onde Simon Reynolds fala sobre o artista. A importância de ser citado por ele é que Simon é um dos maiores jornalistas de rock (música em geral, cultura pop e comportamento, pode-se dizer) das duas últimas décadas. Seus livros, com profundas análises sobre o contexto de cenas como o Pós-Punk, a cultura das Raves e mais recentemente sobre a retro-obsessão, além de serem leituras muito agradáveis, ajudam a nos situar dentro desse mar de informação musical. No texto se descobre, inclusive, que Sun Araw tem uma base para “discotecar” em L.A., com sets gravados e tudo (a qualidade não é das melhores, mas mata a curiosidade do que um cara como ele toca em um pista).

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WHERE’S YR MIX #15 – RAGGAMENTAL MIX by DJ SUN ARAW by green machines

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postado por Gustavo mm

Curiosidades sobre Sun Araw

Do final de 2009 para cá, Sun Araw vem despertando atenção pela consistência da sua música, suas influências e atividades paralelas (bem interessantes, diga-se de passagem).

Para começar, Cameron Stallones (seu nome “oficial”) é arquivista da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mais conhecida por aqui por distribuir o Oscar. Essa ocupação não é apenas um mero trabalho, as composições de Sun Araw tem uma forte ligação com o cinema, outra grande paixão do artista. A intensidade dessa relação fica evidente quando ele revela seus diretores preferidos: Bergman, Tarkovsky, Bella Tarr e demais diretores adeptos de planos-sequência. Suas músicas também parecem longas narrativas e poderiam ser trilhas sonoras para várias situações.

Sun Araw – Ma Holo
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Vale registrar que seu nome é inspirado em Sun-Ra, pioneiro de um jazz mais viajante, espacial e cheio de camadas, o que explica muito sua atração pela psicodelia, sons repetitivos e, como ele mesmo gosta de definir, “mântricos”. Como os mantras, que quanto mais repetidos exibem diferentes ângulos e vão retendo a atenção, Sun Araw também é multi-facetado, como demonstra a lista de alguns dos seus filmes preferidos:

- Mean Streets (Martin Scorsese, 1973)
- Manhattan (Woody Allen , 1979)
- Medium Cool (Haskell Wexler, 1969)
- Sherman’s March (Ross Mckelwee, 1986)
- Tokyo Drifter (Seijun Suzuki, 1966)
- Archangel (Guy Maddin, 1990)
- Nashville (Robert Altman, 1975)
- 2001: A Space Odyssey (Stanley Kubrik, 1968)
- Andrei Rublev (Andrei Tarkovsky, 1966)
- 8½ (Federico Fellini, 1963)

Cameron tem ainda alguns projetos paralelos, mas chama a atenção em seu site uma anunciada colaboração com Hype Williams. Na entrevista que segue, ele fala um pouco mais sobre sua carreira e processo: Sun Araw para Agitreader


Postado por Gustavo mm

Sun Araw

_SUN ARAW
07 de dezembro, 21h

“Ouvir Sun Araw é como voar de tapete mágico por uma terra pantanosa, sobrevoar as ondas do Pacifico e em seguida pousar tranquilamente em alguma duna no meio do deserto.”
The Fader

“Poucos artistas tem feito música tão envolvente e abrangente quanto esse extraordinariamente talentoso arquiteto sônico chamado Sun Araw.”
Pitchfork

“As explorações do guitarrista e mestre dos loops Sun Araw realizam uma viagem transcendental através da cultura moderna.”
The Wire

“Sun Araw é movido a psicodelia pós-moderna alimentada por uma mandala, fruto estranho que obriga o ouvinte a sentar-se, descompactar sua alma e simplesmente surfar a gravidade.”
Los Angeles Time

A paleta sônica do norte-americano Cameron Stallones abraça afrobeat, Neil Young, composição minimalista, Lee “Scratch Perry”, Spaceman3, krautrock e (daí o nome) o free jazz de Sun Ra. Nascido no Texas e radicado em Los Angeles, Stallones começou sua carreira como membro fundador do grupo de rock psicodélico-experimental Magic Lantern. Algum tempo depois, Stallones começou a gravar demos caseiras onde simplesmente tocava todos os instrumentos. Essas sessões, ao mesmo tempo que davam uma certa desestressada na rotina da banda, permitiam que Stallones testasse novas ideias. Nascia aí o projeto Sun Araw, que debutou em 2008 com o disco The Phynx.

Alternando lançamentos pela mítica gravadora Not Not Fun – verdadeiro epicentro da cena lo-fi underground dos Estados Unidos – com outros trabalhos desenvolvidos especialmente para seu próprio selo, o Sun Ark, Stallones, em pouco mais de 3 anos lançou cerca de 16 trabalhos. O último deles, o conceitual Ancient Romans, propõe uma viagem à Roma Antiga que mistura referências arqueológicas, latim e futurismo eletrônico.

Através de longas porém precisas jams sessions onde batidas e grooves minimalistas coexistem com ondulações mântricas de guitarra, ambiências aquáticas e vocais abafados e encharcados de eco, Sun Araw desenvolve um ambiente que propicia, amplifica e enriquece experiências transcendentais através da repetição e ênfase nas texturas.