Category Archives: Andy Stott
Festival Novas Frequências – resumo artístico
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_Sun Araw (EUA)
07 de dezembro
Esse artista norte-americano é um dos grandes catalizadores das possibilidades que enriquecem a música atual. Combinando lo-fi com psicodelia, cantos mântricos e ritmos como afrobeat e krautrock, Cameron Stallones proporciona um efeito de imersão, transe, viagem e transcendência.
_Murcof (México)
08 de dezembro
_Andy Stott (Inglaterra)
09 de dezembro
Uma das evidências de que a música eletrônica pode, sim, ter apelo tanto para a cabeça quanto para os pés. Em uma rara conjunção, esse produtor inglês extrai o que há de mais urgente no dubstep e o combina com as batidas do house sujo das ruas e a sofisticada sonoridade do IDM. O resultado soa como uma trilha dos tempos atuais: sombrio e primal.
North To South
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Retail Juke
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_Com Truise (EUA)
10 de dezembro
Com Truise se apropria de várias referências da década de 80, como synth-pop, electro e neo-romantismo mas consegue fazê-las andar no seu ritmo: batidas atuais com uma dose de lo-fi, que criam uma atmosfera estranhamente mágica e contemporânea para as músicas.
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_Pazes (Brasil)
11 de dezembro
De Brasília, surge uma interessante promessa para a produção eletrônica brasileira: vidrado no “pós hip hop” de nomes como Flying Lotus e os demais artistas do selo Brainfeeder, Lucas Febraro deu origem ao projeto Pazes. Com batidas contemporâneas e etéras, ele cria faixas extremamente agradáveis de se escutar, como na releitura de “Sétimo Andar” do Los Hermanos.
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_Psilosamples (Brasil)
11 de dezembro
Este projeto de Minas Gerais desconstrói elementos da cultura popular e folclórica brasileira para reutilizá-los com frenéticas batidas eletrônicas, sintetizadores e diversos efeitos sonoros. Assim, Zé Rolê cria improváveis paisagens “neo-regionais” que são ao mesmo tempo incrivelmente atuais e delirantes.
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Sun Araw, Andy Stott e Com Truise por Guga Liuzzi
Fissurado nas atrações do Novas Frequências, o carioca Guga Liuzzi topou o desafio: interpretar visualmente os trabalhos de Sun Araw, Andy Stott e Com Truise.
Guga, 27 anos, é surfista e nerd. Tambem é grafiteiro, artista plástico, ilustrador e designer. Ganhou reconhecimento ao grafitar os hidrantes e fradinhos da cidade do Rio de Janeiro, transformando-os em personagens que interagem com seu meio, a rua. Hoje está desenvolvendo pinturas e esculturas a partir de sistemas cromáticos próprios, desenhando com ferramentas de “generative arts” e fazendo uma série imagens de santos usando materias não usuais.
Para ver mais trabalhos do Guga, clique aqui.
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Se você de alguma maneira trabalha com algum tipo de arte visual e, como o Guga, curte os artistas do Novas Frequências, mande um email para chicodub (@) gmail.com que a gente publica seu trabalho aqui.
Sexta Frequência
Às sextas, podcasts, remixes e destaques musicais dos artistas do festival para serem saboreados ao longo do fim-de-semana.
Hoje: um set do cada vez mais comentado Com Truise, um remix poderoso de Sun Araw, uma versão disco-psicodélica de uma música do Emeralds (projeto de Mark McGuire), e uma faixa juke de um dos projetos de Andy Stott.
__Com Truise – Komputer Cast (Ghostly Edition)
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Através de suas produções, Com Truise já vem sendo merecidamente elogiado. Um pouco de sua trajetória e algumas faixas já foram postadas aqui no site do Novas Frequências, mas ouvir um podcast (ou dj set, como preferir) do artista é uma outra experiência. O trabalho repleto de funk sintético, romantic boogie e synth em geral ajuda a entender de onde ele tira inspiração.
__Emeralds – Candy Shop (A.A. Wallace Disco Do-over)
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__Remix feito por Sun Araw
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Vale ouvir já que não é toda hora que Sun Araw se dedica a produzir material mais voltado para as pistas. Sua versão para a faixa do Owiny Sigoma Band é um afro-disco repetitivo; imagine um Prins Thomas psicodélico, ainda mais psicodélico.
__Andrea, projeto paralelo de Andy Stott:
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Para quem deixou passar desapercebido, desta vez não deixe de ouvir. As produções são, de fato, muito alto nível:
Semana que vem tem mais.
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Postado por Gustavo mm
Decolando com Andy Stott
Por Mauro Gaspar
Como alguns de alguns dos seus contemporâneos da cena eletrônica, Andy Stott é um impressionista. A música como paisagem sonora define e constrói o som de parte de uma leva de produtores – que vai de Burial a Actress, passando por Gold Panda, Tycho, Forest Swords e The Haxan Cloak, entre outros – que parece realizar, consciente ou inconscientemente, a convergência entre correntes que, desde a década de 1970, sempre estiveram próximas, mas nunca tão associadas: a eletrônica que parte de Kraftwerk e Afrika Baambaata e deságua na pista de dança, a ambient music de Brian Eno e o minimalismo americano de Steve Reich, Philip Glass e Terry Reich.
Desde Merciless, de 2006, Stott transita pelo universo quase infinito dos subgêneros criados pela volúpia reprodutora do mundo pop. Com músicas do naipe de “Come to Me”, “Hertzog” e “Choke”, o produtor inglês apresentou como credencial a capacidade de ser versátil e, ao mesmo tempo, ter uma sonoridade própria, que com os trabalhos seguintes vai ganhar mais força.
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“Bad Landing”, destaque da coletânea de singles EPs Unknown Exception, de 2008, é uma pequena obra-prima de 6m10 que ecoa o dubstep-ambient de Burial, mas que tem personalidade própria com o seu crescendo sutil de batidas compassadas e interferências sintetizadas que criam uma narrativa sonora ímpar.
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Passed Me By é um dos grandes discos de 2011, e certamente a obra mais coesa, autoral e impactante de Stott. Começando pela capa, uma foto de um nativo (um guerreiro Danakil como Cush, o amigo de Corto Maltese?), com suas cicatrizes rituais saltando da foto e marcando nossos olhos. E de “Signature” à faixa-título, essa marca é o passaporte que conduz o ouvinte por uma viagem por terrenos sonoros sombreados e escuros na maior parte do tempo. São vozes, ecos e respirações sobrepostas a uma base rítmica ralentada e marcial como o coração do ouvinte-viajante que flutua pelas paisagens hipnóticas de pérolas como “Execution” ou “New Ground”. Em suma, é um discaço e uma experiência sonora que nos tira de qualquer inércia.
Há quem se assuste com a reprodução infinita de gêneros, subgêneros e microgêneros da música eletrônica. Da minha parte, digo que acho muito bom viver nesse mundo sonoro bastardo e acompanhar os novos rebentos de ouvidos bem abertos.
O Festival Novas Frequências rola no Rio em dezembro. E eu estarei lá.
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Mauro Gaspar é jornalista, pesquisador e editor
Can’t stop Stott!
Um dos trabalhos paralelos de Andy Stott vai deixar muita gente de orelha em pé: sob o pseudônimo Andrea, o artista lança “bombas” de juke de muito bom gosto, dando um gás a mais no gênero (juke é uma variante do guetto house de Chicago e do guetto tech de Detroit, e nas mãos de Stott flerta com outros estilos também). Nesse EP, a fera mostra seu cartão de visitas, ou melhor: entra sem pedir licença, metendo o pé na porta, com um deep-booty infeccioso no melhor estilo “morde e assopra” que nem a luz vermelha da imigração consegue parar… Pancadão de classe, impressionante.
Andrea – Retail Juke / Write-Off
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Vídeo de uma colaboração de “Andrea”, mais climas…
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Postado por Gustavo mm
Andy Stott
_ANDY STOTT
09 de dezembro, 21h
“Apesar de relativamente curta, a obra do inglês Andy Stott indica um consciência criativa que não tem medo de experimentar e muito menos de errar.”
Fact
“Abençoado com um ouvido para os espaços e o dom para construir faixas que são simultaneamente suaves e estrondosas, Andy Stott caprichosamente avança com o eixo entre techno inteligente, dub techno e dubstep.”
Resident Advisor
“Exuberância é uma das característica base da música eletrônica – êxtase, adrenalina, liberdade. Mas há todo um subgrupo dentro dessa cultura que se dedica ao inverso do esperado – solidão, medo, miséria. (…) Enquanto a cultura eletrônica cria mitologias em cima de um circuito de noites sem fim e after parties, o último disco de Andy Stott sugere exaustão física e psicológica.”
Pitchfork
“Hipnótico, tribal e inteiramente visceral, a trilha sonora perfeita para um ritual xamanístico nas regiões mais remotas, profundas e escuras da Amazônia.”
Juno
Andy Stott – Passed Me By by modernlove
Mesmo passeando pelo garage, house, dubstep e o nervoso juke em faixas profundas, complexas e estranhamente belas, o inglês de Manchester Andy Stott se tornou realmente conhecido por conta do seu dub-techno-estourador-de-caixas-de-som. Inspirado inicialmente pelo fundamental selo alemão Basic Channel – os inventores do estilo no início dos anos 90 – Stott vai além e expande a sua sonoridade com ideias minimalistas e texturas variadas. A música de Andy proporciona uma intensa audição caseira ao mesmo tempo em que oferece a pressão certa para os clubes.
Andy Stott – We Stay Together by modernlove
Desde 2005, Stott já lançou três álbuns e 12 EPs, todos eles pelo selo Modern Love, casa de artistas como Claro Intelecto, Demdike Stare e Deep Chord. Em 2011, o mini-álbum Passed Me By resultou em algumas das melhores críticas de sua carreira. Enquanto house e techno normalmente se movimentam entre 120 e 130 bpms, o disco em questão navega por 100, 90 e até mesmo 80 bpm. E não é só uma questão de tempo, as músicas são mais instáveis e melancolicamente assustadoras que as de outrora. A sensação que dá é que estamos ouvindo um disco de 45 rotações rodando em 33: um techno lento, pesado, meditativo, visceral e encharcado de reverb. Sem contar que o som de Andy é hoje mais estridente e sensual, incorporando influências variadas de figuras como Kassem Mosse, Arthur Russell, Actress, James Ferraro, Burial e Shackleton.
Festival Novas Frequências
Chillwave, Sun Araw, dubstep, drone, Murcof, ambient techno, hypnagogic pop, Com Truise, cena beatmaker de Los Angeles, dub techno, kosmiche, Mark McGuire. Se você nunca ouviu falar nesses artistas e gêneros musicais, não se preocupe. Vem aí o Novas Frequências, festival internacional de novas tendências musicais com sede no Oi Futuro Ipanema
Projeto com patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, o Festival Novas Frequências nasceu da parceria entre os produtores culturais Chico Dub e Tathiana Lopes, ambos ex-integrantes do Festival Multiplicidade. Chico Dub, também pesquisador musical, assina a idealização e curadoria do Novas Frequências; Tathiana Lopes é responsável pela direção de produção e produção executiva.
O Novas Frequências é um festival moldado de acordo com as características físicas e conceituais do Oi Futuro Ipanema. Em outras palavras, sua curadoria busca diversidade e o uso criativo de ferramentas tecnológicas em meio ao que poderíamos batizar de fine arts da música contemporânea. Estamos falando de artistas com promissoras carreiras dentro da vanguarda, que lançam seus trabalhos por selos fonográficos de respaldo internacional, e que tem suas carreiras resenhadas pelas bíblias da nova música, publicações tais como Pitchfork, The Wire, Fact, XLR8R, Resident Advisor e The Fader.
A escolha do mês de dezembro para sediar anualmente o evento é intencional. Afinal de contas, somente no final do ano é que se consegue analisar de fato o que de melhor aconteceu. Segundo o curador Chico Dub, “a primeira edição do Festival prioriza artistas que através das suas sonoridades experimentais constroem paisagens sonoras que evocam, na mesma medida, climas etéreos, sombrios, transcendentais e assustadores”.
Com realização da empresa Cardápio de Ideias Comunicação e Eventos, o formato do festival nesta primeira edição apresenta 5 artistas internacionais – todos com passagem inédita pelo Rio – para uma programação de quarta a domingo no Oi Futuro Ipanema, sempre com um show por dia, de 07 a 11 de dezembro, às 21.00.
07/12 – Sun Araw (EUA)
08/12 – Murcof (México)
09/12 – Andy Stott (Inglaterra)
10/12 – Com Truise (EUA)
11/12 – Mark McGuire (EUA)