O oceano profundo de Murcof

Murcof consegue um resultado ímpar na  fusão de música eletrônica com clássica. O artista mexicano parece saber exatamente o que quer de cada gênero e de cada instrumento, deixando só o essencial para formar suas sinfonias “eletrônicas” audiovisuais.

Em Oceano, ele conta musicalmente com a Orquestra BCN 216, além de efeitos de luz e vídeo do artista Flicker, para fazer uma apresentação de raro equilíbrio, com músicos e máquinas partilhando o andamento das composições. Num determinado momento, é um ritmo glitch minimalista que comanda a sala. Em outros, a orquesta se impõe, com espaço até para  instrumentos de sopro do jazz, de forma completamente harmônica e importantes para a narrativa.

O concerto foi realizado no Arnolfini, centro de arte & performance contemporâneas de Bristol, na Inglaterra. Coisas interessantes parecem rolar por lá.  No mesmo lugar, um tal Sun Araw criou uma trilha ao vivo para o filme Satyricon, de Fellini.

* Para saber mais sobre o termo glitch e tantos outros que o site do Novas Frequências mencionou, relacionados a música de vanguarda: o livro Audio Culture fala sobre novos gêneros, entre outras associações, e tem textos de gente com Brian Eno, Simon Reynolds e John Cage. Consulte aqui.


Postado por Gustavo mm