O desafio de trabalhar com arte no Brasil segue num crescente assustador. Em pleno 2017, as pautas giram em torno de censuras e discussões tendenciosas e opressoras, que distorcem o real valor que a cultura e a arte representam. Estamos regredindo a passos largos, e numa velocidade espantosa, caminhando numa direção que causa prejuízos sem fim. O que estamos vivendo vai além de uma crise política e econômica, estamos perdendo valores fundamentais que interferem na maneira como nos relacionamos e nos desenvolvemos como sociedade.
Ainda assim, com todo o cenário pessimista que se apresenta, vemos um grupo resistente de fazedores; são produtores, artistas, gestores e educadores que continuam persistindo, colaborando e somando forças para continuar realizando, compartilhando ideias e fazendo a arte circular em nossa cidade.
Mais do que nunca, precisamos potencializar essas ações, insistir no diálogo, estimular o debate, unir verdadeiramente nossas experiências e saberes para que a democratização do acesso a cultura se torne real. Arte é educação e não pode desacreditada como estão tentando fazer de forma tão arbitrária. É através da educação e pela arte que conhecemos nossa história, nossos valores, heranças e tradições. Ampliamos nosso conhecimento e percepção de mundo, alargamos nossa visão enquanto indivíduos dentro de toda a diversidade em que vivemos. É o que nos garante uma identidade.
2017 é um ano que exige nos reinventarmos constantamente, sem pausas, e isso naturalmente nos leva a um estado de reflexão e inventividade, além de muita insistência para continuarmos realizando um projeto que trabalha na contramão de toda essa crise.
Então a partir das possibilidades que um festival como o Novas Frequências trás, de múltiplas experimentações, colaborações, intercâmbios e diversidade cultural, chegamos à 7ª edição, propondo um reencontro as nossas raízes, à infância, à natureza, estimulando reflexões com base em nossas origens. Um convite à escuta, ao pensamento, a observação, a contemplação, e autoconhecimento, que serão estimulados e poderão ser experimentados através das diferentes ocupações e investigações feitas pelos artistas.
Damos continuidade às muitas colaborações que construímos ao longo desses 7 anos, ganhamos novos parceiros, ocupamos pela primeira vez espaços que ainda não tivemos chance de explorar, convidamos um público novo – as criancas – e criamos mais oportunidades de circulação e conexão entre público, artistas, insituições e parceiros.
Serão 8 espaços da cidade entre museus, igreja, parque e teatros, que receberão, instalações, shows, festas, workshops e performances resultantes de residências artísticas com18 artistas de 10 países diferentes.
Para nós, é mais uma conquista chegar até aqui!