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O Coletivo Turmalina, de Porto Alegre, trabalha com expressões artísticas no campo visual e sonoro propostas pela ótica das populações negras. Compreendendo culturas de raízes africanas como ferramenta de afirmação da identidade de um povo, coloca em evidência a musicalidade enquanto mecanismo de resistência social, como resposta à marginalização, apropriação e apagamento de uma história. A principal ferramenta dessa revolução é a música, que, ao unir diferentes formas de produção e pesquisa, diferentes tecnologias e narrativas do povo preto, propaga o desejo de movimentar estruturas dominantes e sugere a inversão dessa pirâmide criativa. 

Através de imagens, sons e textos, o album visual AGANJÚ tem a intenção de discutir sobre territórios e a ocupação do povo negro na cidade de Porto Alegre, fazendo uma reflexão sobre sua periferização nas cidades, pois a população negra é vista como pertencente a esses lugares específicos, tanto no sentido de moradia como de entretenimento. O sequestro de nossos antepassados nos fez chegar a lugares distantes de nosso continente África, mas hoje pisamos firme nos lugares que ocupamos. Aganjú em yorubá significa terra firme. Estamos em terra firme, mas seguimos com guerra debaixo dos nossos pés.  

Participarão do trabalho os membros do Turmalina: Mari Gonçalves, Saskia Silva, Faylon Lima, Nicolas Collar Medeiros, Luis Gustavo Peines e Marcus Felix.

Mari Gonçalves (@marigdas_) é Socióloga, doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS. Pesquisa a formação de Territórios Negros na contemporaneidade, discutindo processos de re-existência presentes nas intervenções artísticas e culturais protagonizadas por corpos negros no centro de Porto Alegre. Atua como DJ e produtora nos Coletivos Turmalina e Arruaça desde 2018.

Saskia Silva (@salnasalada) é uma artista multipotente. No áudio, atua como instrumentista, beatmaker, performer, cantora e compositora. No visual, como diretora, roteirista, câmera, atriz, fotógrafa e desenhista. É integrante do coletivo Turmalina, faz curadoria no selo de ghettotech ZonaExp e Projeto Anexo. Em 2020, criou a TV Salada, canal de conteúdos autorais, edições e readaptações, onde publicou os curtas “Outra Coisa.print” e  “Agora Já”, que compõem o acervo do projeto IMS Convida, do Instituto Moreira Salles (SP). 

Faylon Lima (@oexoticao) integra o coletivo Turmalina desde 2018 e atua como DJ e produtor. Produziu seu primeiro álbum, MODUPÉ, no qual busca trazer sua ancestralidade africana, que será lançado ainda em 2021 pelo selo Goma Rec. É formado em Publicidade e Propaganda e assina o projeto Feijoada Turmalina como Diretor de Comunicação. Trabalhou com a marca local Afirme como assessor e co-criador do Projeto “Afirme Vozes Negras”. Também faz parte do núcleo Pedal Afirmativo.

Multiartista de Porto Alegre, Chico Stelbach (@chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiico), também conhecido como chico/chico só (soundcloud.com/chicoso) vai do barulho à  melancolia, na subjetividade do que se quer ser à objetividade do que já se é. Lançou seu primeiro álbum em 2016. Além de seu projeto solo, possui o projeto À BASÏ, que visa enxergar a música eletrônica através de uma ótica ancestral, tendo também lançado a track ME ENTERRA pelo selo gaúcho KINOBEAT, relançada na coletânea do selo inglês NON WORLDWIDE. 

Nicolas Collar Medeiros (@nicolas.collar) é videomaker, editor e operador de câmera, membro dos coletivos Turmalina, ZONA EXP e Sabará Records. Curador, estudante de Artes Visuais, bolsista da Sala Redenção/Cinema Universitário UFRGS. É engajado em registrar a memória afetiva da cidade e dos seus habitantes, alinhado com questões de identidade e pertencimento. Criou a Fresh Audiovisual, que realiza conteúdo musical, de skate/surf e cultura étnica. 

Luiz Gustavo Paines a.k.a Gugu (@_luizgustavogugu) é produtor contracultural na cidade de Porto Alegre. Atua como produtor nos coletivos Arruaça e Turmalina. Com o coletivo Arruaça tenciona a cultura DJ através da reocupação de espaços públicos, democratizando a música eletrônica e levando ao público experiências alternativas de viver a cidade.

Marcus Felix (@_felixdj) é DJ, músico, produtor musical e artista visual. Traz em seu som influências de breakbeat, guettotech, Juke e Funk Carioca. Participa da cena de música eletrônica de Porto Alegre desde 2014 e é co-fundador do Coletivo Turmalina. No final de 2019, lançou de forma independente o seu primeiro EP “Oito ou Oitenta”. Em 2020 lançou os EPs “Singular Epifania” e “Rave Funk”.

Mateus Miranda Ribeiro é DJ e produtor musical, membro da Turmalina, fundador da ZONAexp, entusiasta das batidas intensas, quebradas, aceleradas e dos samples de breakbeats. É o criador do projeto TABU.

Léo Pianki (@iknaip) é produtor musical, cultural e DJ. É co-fundador do Coletivo Turmalina e membro do Selo de música digital ZONAexp, no qual lançou dois EPs. Em 2019 participou da produção do primeiro álbum de estúdio de Saskia e tocou em diversos lugares do Brasil, como Lapa55 (RJ), Rádio Veneno(SP) e na última edição de carnaval da festa 1010 antes da pandemia, em 2020, com cobertura do Boiler Room.