Filha de imigrantes, Maya Dikstein nasceu no Rio de Janeiro e trabalha em Tel Aviv. Se formou em cinema e atualmente investiga o espaço como um lugar praticado e sua construção através de movimentos e usos, a imaterialidade do que se deixa escapar em ações e intensidades. Suas obras evidenciam o corpo humano, jogam com experiências temporais e se caracterizam por um cruzamento entre performance, instalação e som. Maya investiga a voz humana e sua relação com movimento, excrementos e libido.
Em 2014, participou de residência artística organizada pelo programa Rumos/Itaú Cultural em parceria com Phosphorus e Casa Juisi, em São Paulo. Fez parte do grupo Aprofundamento no Parque Lage, Rio de Janeiro, com orientação de Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos. A artista expôs extensamente dentro e fora do Brasil: MuseumsQuartier (Viena), Erratum Gallery (Milão), Fondazione Antonio Ratti (Como), Geidai Museum (Tokyo), Institute for Humanities (Arizona), Bezalel (Tel Aviv), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), entre outros.
Treme é o trabalho inédito de Maya para o NF, um conjunto de abalos transtornados em sons. A obra parte da notação do movimento sísmico e utiliza sinais coletados por sismógrafos implantados no território brasileiro para o desenvolvimento da composição sonora. “Frequentemente, no meu trabalho, procuro por dobras onde o som se revela incorporado, ao manifestar sua fisicalidade na matéria. Treme é uma fabulação do movimento infrassônico e redimensiona o inaudível bem abaixo de nossos pés.”