Programação

Por atração / Por dia
Áine O’Dwyer
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(MIE, Fort Evil Fruit/ Irlanda, Reino Unido)

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Pianowalk – a series of site specific performances and choreographies for piano in the urbanscape 

 

Combinando música folk tradicional e performance contemporânea, a irlandesa Áine O’Dwyer cria um trabalho multi-camadas, exploratório e experiencial. Cantora, harpista, pianista e artista sonora, chama atenção o interesse de O’Dwyer por espaços inusitados e esquecidos, coreografias do acaso, fenômenos acústicos, o ato de ouvir e a busca por resultados alternativos através de uma performatividade agrupada por instrumentos, desenhos, espaço, tempo, corpo e memória. Para a revista britânica The Wire, “a gama de seus interesses e sua maneira singular em perseguí-los a torna notável entre sua geração de artistas experimentais.

Em relação a trabalhos fonográficos, destacam-se Music For Church Cleaners Vol. I And II, álbum gravado no órgão de tubo da Igreja de São Marcos, em Londres. E também Gallarais, gravado no túnel do Rio Tâmisa sob o Museu Brunel, também em Londres. O que une estes e outros registros da artista, é que na maioria das vezes, há poucas próteses tecnológicas óbvias envolvidas – sem truques de estúdio, quase sem edição. Nesse sentido, seus álbuns ainda evocam a tradição da performance artística original.

No NF, através de uma parceria com a Beck’s e o British Council Brasil, O’Dwyer vai apresentar uma série de performances e coreografias para piano na paisagem urbana do Rio de Janeiro: a cada dia, uma performance diferente, num local distinto, em horários diversos.

Eduardo Manso & Rafael Meliga
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(Brasil)

 

Eduardo Manso é um produtor musical e instrumentista nascido no Rio de Janeiro. Tem como principal instrumento a guitarra, com a qual explora uma extensa gama de timbres, que vão desde delicadas paisagens sonoras até texturas mais pesadas e abrasivas. Já acompanhou diversos artistas (como Negro Leo, Gilberto Gil, Jonas Sá, Tono e Nina Becker) em apresentações por diversos lugares no país e exterior. Atualmente faz parte dos grupos Bemônio e Meia Banda, e é diretor musical e guitarrista do novo show da cantora Ava Rocha. Como produtor já assinou mais de 30 discos, desde álbuns de canção, entre eles “Água Batizada” de Negro Leo e “Trança” de Ava Rocha, até discos experimentais e de livre improvisação, com artistas como Paal Nilssen-Love, Cadu Tenório e Lars Greve.

 

Rafael Meliga é natural do Rio de Janeiro e designer gráfico de formação. É membro integrante do grupo multimídia DEDO, que desde 2012 se apresenta com performances audiovisuais em locais como MAM, Casa França Brasil, CCSP e CCBB. Seu trabalho se estende por outros campos além do sonoro, como por exemplo a fotografia. Contemplação, espaços vazios, e introspecção são conceitos comumente trabalhados nas áreas onde atua.

 

Guillerrrmo
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(Brasil)


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Guillerrrmo é um projeto de acid house/techno iniciado em 2014 pela manauara Viviane Mendes. Reunindo influências de disco, electro, house e techno, sua sonoridade viaja entre grooves orgânicos e batidas retas espaciais. Desde 2015, vem compartilhando suas produções pelo Soundcloud, lançando tracks por selos como Tropical Twista Records e coletâneas como a Hystereofonica. Em 2017, se apresentou na festa Mamba Negra e no CCBB SP. Integra a Coletividade NÁMÍBIÀ em São Paulo e o coletivo de festas Keloidal em Manaus.

Moritz von Oswald
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(Basic Channel, Tresor, Honest Jon’s/ Alemanha)

 

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Moritz von Oswald é um dos mais influentes contribuidores às contínuas variações linguísticas da música eletrônica contemporânea. Verdadeiro pilar do techno germânico, seu refinado senso musical o levou aos domínios que ultrapassam as sintaxes entre a experimentação eletrônica, o jazz e o estilo clássico.

 

Nascido em Hamburgo, von Oswald começou sua carreira como parte do movimento Neue Deutsche Welle em 1980 – seu grupo de new wave Palais Schaumburg era formado por notáveis nomes da eletrônica alemã como Thomas Felhmann, Holger Hiller e F.M. Einheit. Depois, já estabelecido em Berlim, funda o Basic Channel, duo artístico e selo criado em colaboração com Mark Ernestus (da loja e distribuidora Hard Wax), passando a dar o tom ao dub techno de influência jamaicana e de Detroit – o que futuramente definiu o seu legado. Como uma das metades dos projetos Maurizio e Rhythm & Sound (ambos com Mark Ernestus), transformou este novo som em direções tanto minimalistas, quanto de raízes do dub jamaicano, criando novas tradições na música eletrônica que prevalecem hoje.

 

Colaborador em essência, Von Oswald também contribuiu com a ponte aérea Berlim-Detroit, desenvolvendo iniciativas com artistas como Juan Atkins, Jeff Mills e Carl Craig. Impossível também não mencionar o Moritz von Oswald Trio, projeto que conta com Max Loderbauer e o lendário baterista nigeriano Tony Allen, normalmente referido como um dos criadores do afrobeat.

 

 

Saskia
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(Brasil)


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Natural de Porto Alegre, a cantora, compositora e produtora musical Saskia produz e grava suas músicas desde 2010. Seu live já colaborou com artistas nacionais (Negro Leo, Letrux e Carne Doce) e diversos selos e coletivos (Hérnia de Discos, Zona, Tropical Twista, Fita, Cerne e Vorlat). Também já foi editada pelo grupo de artistas da diáspora NON International e faz parte da Coletividade NÁMÍBIÀ, coletivo afro-brasileiro de música, arte e performance baseado em São Paulo. 


Suas gravações lo-fi utilizam poucos recursos e intercalam linhas melancólicas de guitarra e teclado com beats eletrônicos que transitam entre o trap, o indie, o funk e o folk, quase sempre acompanhados de letras salgadas e vocais amargos. Saskia é a efervescência de muitos gêneros.

Tomoko Sauvage
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(Shelter Press/ Japão, França)


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Nascida em Yokohama, no Japão, e baseada em Paris desde 2003, Tomoko Sauvage investiga as propriedades sonoras e visuais da água em diferentes estados e as combina com eletrônicos. Porcelana chinesa de variados tamanhos e formatos, cheias de água e amplificadas por meio de microfones subaquáticos, os ‘waterbowls’ são um tipo de sintetizador natural que gera timbre fluido e utiliza ondas, gotas e bolhas. Através de materiais primordiais e gestos lúdicos, Sauvage busca equilibrar de forma tênue: aleatoriedade e disciplina, caos e ordem. Seu segundo álbum, Musique Hydromantique, alude à hidromancia (adivinhação por meio da água) e foi lançado pela Shelter Press em 2017.


Sob a forma de performances, instalações e composições musicais, seu trabalho é regularmente apresentado na Europa, Ásia e América. Sauvage já atuou e expôs em festivais internacionais, instituições e galerias como Roskilde Festival (Dinamarca), Flow Festival (Finlândia), Centre Pompidou (França), Museu Quai Branly (França), Présences Electronique (França), Borderline Festival (Grécia), Borealis Festival (Noruega), Museu Tamayo (México), High Zero Festival (EUA), Festival send+receive (Canadá), Empty Gallery (Hong Kong), TÖNE Festival (Reino Unido) e Grimmuseu (Alemanha).

Bonaventure
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(Planet Mu/ Suiça)

 

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Sob o nome artístico Bonaventure, Soraya Lutangu desenvolve armamento sônico projetado para confrontar as estruturas opressoras de poder, nos contar estórias de violência, indiferença e abuso combinados ao racismo.

 

Representada pela agência e plataforma Discwoman (nas Américas) e membra integrante da rede SHAPE (Europa), Bonaventure se utiliza de sua música como uma ferramenta em busca por sua identidade, com iniciativas práticas e especulativas para conectar suas raízes Africanas e Européias e investigar as relações humanas. Em seu primeiro álbum Free Lutangu, a artista explora temas relacionados ao racismo institucional e à opressão, sentimentos e sensações que a artista vivenciou em primeira mão ao crescer em Lausanne, na Suíça. “Eu não faço música por hobby. Estou apenas preparando armas para poder falar com pessoas brancas”, afirma Bonaventure, considerada pela revista e website The Fader como “uma das novas vozes mais vitais do mundo”.

 

A participação de Bonaventure no NF se dá via Incidências Sonoras, a plataforma de música experimental & arte sonora do programa COINCIDENCIA.

 

Felinto
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(Brasil)

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(com participação especial de Mariano)

 

O trabalho do paulistano Felinto cria encontros inusitados entre música, rodas de debate, dança, meditação e ativismo negro. Criador dos projetos Afro Hooligans e Noala, Felinto, em paralelo a estas bandas, desenvolve composições eletrônicas, fractais, ligadas a contextos de uso e trabalho com medicina ayahuasca, hatha yoga e meditação. Felinto ainda é membro do Coletivo Sistema Negro, um grupo de ativistas, artistas, produtorxs e intelectuais negrxs e de lá conecta sua música à debates e encontros sobre masculinidade.

 

Como artista solo, sua pesquisa se situa entre o sintético e o orgânico, o digital e o analógico, além de samples e gravações de campo trabalhados de modo a criar extremos sensoriais que oferecem deslocamentos de percepção no ouvinte. Com composições baseadas em sobreposições de tempos irregulares e repetições de temas melódicos, Felinto sugere paisagens para caminhar e se perder do lado de dentro da pele, no miolo intocado de cada subjetividade. Filmes para serem vistos dos olhos para dentro.

 

O show de Felinto na estreia do NF conta com a participação de Mariano, um dos membros do trio DEAFKIDS e do duo Cavalo Serpente. Multi-instrumentista (piano/teclado, cordas e percussões variadas), Mariano tem como base e destino a força do ritmo como princípio mais ancestral e, ao mesmo tempo, o recurso mais sofisticado presente no fazer musical, numa busca igualmente cíclica cuja potência motriz é o conhecimento de si próprio.

Henrique Iwao
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(Seminal Records/ Brasil)


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Cacofonia Tropicália

 

De 2009 a 2017, Henrique Iwao construiu suas coleções de colagens digitais, lançando-as pelo selo Seminal Records. São compilados de gestos característicos da obra fonográfica de um certo artista/banda, como por exemplo, todas às vezes que os Beatles cantam “yes” e “yeah” em sua discografia de estúdio. Outros trabalhos envolvem inverter uma instalação sonora a partir de todos os nomes de mulheres cantados na discografia de Chico Buarque; um vídeo em que todos os filmes da série Harry Potter são sobrepostos, mas apenas cenas em que os nomes do herói e do vilão aparecem são projetadas; e reordenar em ordem alfabética algumas canções, tal como em “Caboclo Faroeste”.


A performance comissionada Cacofonia Tropicália continua as explorações do trabalho “Solo Discoteca”, uma espécie de “wall of noise” criado a partir de até 64 discotecagens de música pop tocadas ao mesmo tempo. Cacofonia Tropicália ainda remete à prática do “all at once” – tudo de uma só vez – presente na arte conceitual popular de YouTube. Aqui, entretanto, há uma homenagem, e o formato traça arcos que passeiam entre os estágios da (1) sobreposição reconhecível, (2) da cacofonia (sobreposição confusa) e (3) do ruído (sobreposição unificada). E a Tropicália se renova no caos.

Observador
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(Brasil)

 

 

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Observador é um projeto idealizado por Felinto e Venessa Joda que mescla a prática de posturas físicas e métodos de respiração da hatha yoga com sound design, paisagens sonoras e música eletrônica contemporânea. Geralmente é apresentado em festivais de música, mas também desenvolve trabalhos com moradores de rua e presidiárias, e realiza diálogos sobre gordofobia e descolonização do imaginário.

 

Felinto procura a sutileza de danças que se fazem para dentro, dos sons que confundem ao revelarem caminhos incomuns. Há tempos vem estudando música para trabalhos de pesquisa de consciência, ambientes de comunhão, ritual, dança e meditação. Suas composições passam por âmbitos da música eletrônica, do espiritual, da braindance e da new age. Vanessa Joda é professora de hatha yoga e desenvolve trabalhos ligados a deselitização com conhecimento oriental e empoderamento feminino. Há seis anos dirige o centro Yoga para Todos, no qual, além de aulas regulares, promove debates sobre yoga e auto gestão.

Stefanie Egedy
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(Brasil)

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Stefanie Egedy é uma artista multimídia e designer de sons. Utiliza gravações de campo, sons eletrônicos e materiais do cotidiano em suas composições. Atualmente, pesquisa ondas de baixa frequência sonora na ocupação do espaço e suas consequências na matéria, além de investigar, junto com Camille Laurent, as relações entre luz e som. É artista membra do ‘artist run space’ DAHAUS, em São Paulo, faz parte do trio de música abstrata Nada do Outro Lado, do duo eletrônico Operação Mínima e é co-fundadora do selo Coisas que Matam.

 

 

A performance inédita Falha Comum é uma alegoria à expectativa do desempenho social, algo recorrente na sociedade contemporânea. Por meio de gravações dos sons produzidos pelos motores de diferentes automóveis, graves/ruídos e batidas de pinos, Egedy apresenta o conflito de um cenário de uso de combustível de baixa qualidade. O conflito caminha para a iminente explosão dos motores e constitui uma ameaça ao funcionamento constante dessas máquinas.

Cão
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(Brasil)

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40 40 40 12

 

Cão é um grupo de experimentação performática que explora as possibilidades de distorção dos limites da música, da performance e da arte sonora, refletindo influências e experiências dos integrantes. Formado em 2011, possui como integrantes: Dora Longo Bahia (baixo), Bruno Palazzo (guitarra), Maurício Ianês (vocal e samplers) e Ricardo Carioba (áudio sequenciador), que vivem e trabalham em São Paulo. Participaram das programações do: Sesc Pompeia (festival de audiovisual expandido Prenúncios + Catástrofes, 2018), Masp (Mostra Avenida Paulista, 2017), CCBB de São Paulo (CCBB Performance, 2015), Mostra de Performance Verbo (Galeria Vermelho, 2014), Panoramas do Sul (Festival Videobrasil, 2013) e On/Off (Itaú Cultural, 2012).

No misto de concerto, performance e instalação sonora 40 40 40 12, o Cão estabelece uma relação entre tempo, estética e política por meio de sons e imagens. A partir da mudança na medição do tempo cronológico realizada durante a Revolução Francesa, o quarteto apresenta uma investigação prática da noção de “tempo revolucionário”. Em 1792, os revolucionários republicanos instauraram o tempo decimal que dividia o dia em dez horas, as horas em cem minutos, e os minutos em cem segundos, com o objetivo de renovar as formas de vida e apagar todos os vestígios do regime político anterior. Por 24 horas no teatro do Oi Futuro Flamengo, 40 40 40 12 irá explorar as consequências materiais e simbólicas das relações com a medição do tempo, desestabilizando convenções que estruturam tanto a arte quanto a política.

Fennesz
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(Touch/ Áustria)

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Christian Fennesz é um compositor e músico austríaco conhecido a partir de seu próprio mundo musical, bem como seu impecável trabalho na criação de composições para guitarra. Em algum lugar entre a música concreta, erudita e ambient, Fennesz amplia os recursos e efeitos musicais para criar melodias e atmosferas que fundem conceitos clássicos e orquestrais com pesquisa musical conceitual e estruturas digitais complexas. Suas peças solo enfatizam as texturas de sua guitarra e enterram suas melodias em camadas e mais camadas de efeitos. Suas composições exuberantes e luminosas não são meros experimentos estéreis computadorizados: elas se parecem mais com com sensíveis gravações telescópicas da vida dos insetos da floresta tropical, ou ocorrências naturais atmosféricas; há um naturalismo inerente que permeia cada peça.


Fennesz esteve envolvido com a seminal gravadora de Viena Editions Mego e agora faz parte da tão importante quanto Touch, do Reino Unido. Seu trabalho inspirou produtores do gênero IDM/ambient/drone e o levou a colaborar com grandes artistas mundiais como Ryuichi Sakamoto, David Sylvian, Mike Patton, The Bug, Keith Rowie, Mika Vainio e Jim O’Rourke.

 

Keiji Haino
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(Japão)


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Músico, vocalista, guitarrista e compositor japonês, Keiji Haino possui uma trajetória que passeia pelo rock, improvisação livre, noise, psicodelia, minimalismo e drone. Haino é um dos mais desafiadores e vitais artistas japoneses da atualidade. Extremamente prolífico, vem produzindo desde os anos 1970 e continua a gravar regularmente, sempre procurando novos estilos e colaboradores. Peter Brötzmann, John Zorn, Derek Bailey, Tatsuya Yoshida, Jim O’Rourke, Orem Ambarchi, Stephen O’Malley e Merzbow são alguns dos nomes com que Haino trabalhou no passado.


Começando como um estudante de blues e rock, Keiji Haino chamou a atenção nos anos 80 através do psicodélico e poderoso grupo Fushitsusha. Ao longo do próximos 25 anos, Haino emergiu da cena underground japonesa como um experimentador extremista, muitas vezes colocando correntes de distorção e paredes de ruído contra fragmentos de poesia que o mesmo grita repetidamente, como numa espécie de oração codificada. Depois que uma série de gravadoras de expressão começaram a divulgar sua música no ocidente durante os anos 90, sua reputação como o mais enigmático e eletrizante guitarrista e dos mais evocativos e estranhos cantores do mundo cresceu a ponto de Haino tornar-se muso e modelo do estilista Marc Jacobs.

OKO DJ
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(França)


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Membra ativa do selo BFDM, OKO DJ (Marine Tordjmann) é constantemente elogiada por seu ecletismo e a qualidade de suas seleções, quebrando barreiras de gêneros musicais e do tempo. De sons contemporâneos aos sons futuristas dos anos 80, das músicas consideradas mais “frias” às sonoridades de países desconhecidos, OKO DJ possui um gosto musical único e repleto de personalidade. Responsável pelo departamento parisiense da LYL Radio, onde co-apresenta, com sua crew Bruits de la Passion, o programa “Synchronisme ou Barbarie”, a artista também revela tesouros musicais no seu programa mensal de rádio Pu$$y Nightmare, um espaço exclusivamente dedicado à artistas mulheres. OKO DJ também é artista filiada à inovadora plataforma de música e artes audiovisuais européia SHAPE – a mesma que dois anos atrás realizou um showcase dentro no Novas Frequências.


Se 2017 já foi prolífico para OKO, que se apresentou em venues como DT Camp, Concrete e Camp Cosmic, há muito mais a ficar atento em 2018, ano em que a artista já fez parte da programação do festival holandês Dekmantel e realizou mixes para plataformas como NTS Radio, Rush Hour, Crack Magazine, Strange Sounds from Beyond e Red Light Radio.

 

The International Nothing
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(Ftarri/ Alemanha)


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The International Nothing é um projeto de clarinetes psicoacústicos formado por Michael Thieke e Kai Fagaschinski em 2000. A dupla compõe coletivamente esculturas sonoras multicamadas usando multifônicos, freqüências de batidas e tons incomuns como parte integral de sua linguagem. Ambos os músicos são conhecidos como improvisadores, mas neste projeto específico, desenvolvem e executam exclusivamente suas próprias composições.


A cada quatro anos, o duo lança um álbum através do selo japonês Ftarri – In Doubt We Trust, de 2018, é o seu quarto trabalho. Enquanto cada um de seus lançamentos anteriores consistia em várias peças curtas, a dupla resolveu inovar: o novo álbum é composto por apenas um única peça. Depois de dois anos e meio de profunda pesquisa sonora em reclusão, In Doubt We Trust não apenas revela uma mudança formal no desenho sonoro da dupla, mas também apresenta novos e inéditos cenários acústicos de ritmo lento e beleza frágil. Apesar de se ramificarem em novos territórios, algumas coisas sempre permanecem as mesmas com o The International Nothing: tudo o que se ouve são dois clarinetes – sem overdubs, sem manipulação eletrônica… e sem improvisação.

 

Dubversão Sistema de Som
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(Brasil)

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Real Rock (eternal) Riddim

 

Ativo desde 2001, o Dubversão Sistema de Som é o primeiro sound system da região Sudeste a seguir fielmente o formato original jamaicano, com paredes de equipamento próprio e trabalho contínuo de bailes abertos nos mais diversos pontos da cidade de São Paulo, priorizando as periferias, mas não só: são várias as incursões no Estado, país afora, e até mesmo no Reino Unido, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai.


À convite do NF, apresentam a instalação inédita Real Rock (eternal) Riddim. Lançada em 1968 pelo conjunto Sound Dimension, a música “Real Rock” inspirou uma série de versões (chamadas na Jamaica de ‘riddims’) onde, ao invés de se repetir a letra original (como em uma ‘cover’), apenas se copia, com pequenas variações, a base instrumental. A instalação sonora, que traz ao Rio as mesmas caixas de som utilizadas pelo Dubversão em seus bailes em SP, só irá tocar versões de “Real Rock” – são mais de 400 delas, um número que cresce a cada ano – em uma espécie de loop infinito.

 

Galo Preto
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(Brasil)

 

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Galo Preto é DJ, produtor e idealizador do projeto Rebola – festa performática carioca que propõe uma dialogia entre arte contemporânea e cultura afro-brasileira-iorubá. Sua pesquisa musical se dá a partir de sua educação desde criança na cultura nagô. Sempre interessado em sua ancestralidade nordestina e afro-brasileira, Galo Preto investiga sonoridades oriundas da diáspora africana e das culturas iorubá e árabe: atabaques e outros instrumentos africanos misturados com batidas eletrônicas, regionalismos tropicais e “arabilidades”, unindo contemporâneo e ancestralidade. Seus sets são como um afoxé eletrônico narrando os mitos da cultura nagô do Brasil.

 

J.-P. Caron
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(Seminal Records/ Brasil)

 

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Circuitos Simultâneos

 

Nascido no Rio de Janeiro, J.-P. Caron atua no circuito underground de arte e ruído. Membro da Seminal Records e do Círculo de Estudos da Idéia e Ideologia (CEII), é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Toca/tocou nos projetos -notyesus>, Oco, Epilepsia, ~Ø,  II|III, dehors, Bob Cross, entre outros.

 

A performance inédita Circuitos Simultâneos consiste em loops de fitas com trechos sonoros gravados e performance ao vivo. Os loops são longos e possuem tamanho ligeiramente desigual, sendo mutuamente independentes quanto aos seus inícios e finais. Isto gera um engendramento no qual a resultante geral de sua interrelação – embora reconhecível porque composta pelos mesmos materiais – nunca se repete. A performance é parte do ciclo “Mitologia Harmônica” e é dedicada ao italiano Maurizio Bianchi, pioneiro da música industrial.

 

RP Boo
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(Planet Mu/ Estados Unidos)


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O estadunidense RP Boo (Kavain Space) é citado como um dos nomes por trás do nascimento do footwork, estilo de música e dança de ritmo sincopado, repetitivo e veloz que é neto da house music de Chicago e que foi disseminado pelo mundo a partir de coletâneas da gravadora inglesa Planet Mu (Bangs & Works). Mesmo frenético, na casa dos 160 BPM para cima, o footwork há muito tempo se delicia com a fluidez, marcando presença em praticamente qualquer coisa – desde batidas de rock à samples de soul music.


Uma das marcas registradas de Boo, além do uso da drum machine Roland R-70 como sua “máquina de cabeceira”, é a completa ingenuidade de seus samples, trazendo como consequência uma função narrativa mais solta. O artista utiliza sons que remetem à funerais, trompetes, diálogos, etc; efeitos que muitas vezes criam um ambiente de suspense e paranóia, como num filme de Hitchcock. Em 2018, RP Boo lançou seu novo álbum, I’ll Tell you What!. Os temas centrais do projeto, segundo o próprio, transitam entre “o cosmos, o movimento e a oposição”, e sugerem que este seja o seu mais autobiográfico trabalho, contando “novas histórias sobre pregar o meu evangelho para fora de Chicago”.

Thelmo Cristovam
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(Brasil)

 

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Ideias em cores gris dormem furiosamente 

 

Thelmo Cristovam é pesquisador independente em psicoacústica, artista sonoro, radiologista, músico, improvisador e noisemaker. Além do campo sonoro, também pesquisa e trabalha com fotografia, texto e vídeo. Cursou o bacharelado de física e matemática na UFPE em Recife, estudando as áreas de sistemas dinâmicos (caos determinístico e teoria da catástrofe) e lógica não formal (meta matemática). Atualmente, desenvolve um projeto que envolve a radioastronomia e o registro e o desenvolvimento de um trabalho com sons do cosmos com um interesse particular pelas explosões solares que estão no seu auge. Em termos gerais, sua pesquisa/poética inclui ações/oficinas e versa sobre a inexistência do tempo e como essa idéia abstrata hipotetizaria uma estratégia de consciência para moldar o mundo “real”.

 

Ideias em cores gris dormem furiosamente, a performance que Thelmo Cristovam irá apresentar no Novas Frequências 2018, é um de seus trabalhos que fazem parte de um conjunto de estratégias de pesquisa baseados nos campos eletromagnéticos, em particular nas ondas de rádio, e se baseia no uso não autorizado de informações coletadas em tempo real de satélites na órbita terrestre. Um projeto de “meta radio arte”.