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Sol Rezza & Analúcia Roeder
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Filaments of a Circle

 

https://solrezza.net/
https://analuciaroeder.com/

 

​Compositora, designer de som e engenheira de áudio, Sol Rezza é uma artista argentina que considera a narração de histórias uma peça fundamental para que nós, humanos, possamos traduzir nossas percepções espaço-temporais. Habitante em diferentes campos relacionados com o som, a sua prática visa a criação de espaços sonoros envolventes para unir arte, psicoacústica e tecnologia de forma a explorar as formas como percebemos o tempo e o espaço através dos nossos sentidos e como o som é capaz de influenciar essa percepção. Abraçando o universo multimídia para enriquecer sua pesquisa, Rezza já trabalhou com performances ao vivo, composições experimentais para rádio, mídia digital, videogames, filmes e instalações para a criação de atmosferas, ambientes e efeitos sonoros.

 

Imersivos e intimistas, os metaversos audiovisuais de Analucía Roeder te convidam a contemplar e explorar uma série aleatória de eventos, misturando cores e corpos humanos. De documentários experimentais a renderizações 3D e experiências de RV, arte generativa e VJing, Analucía explora imagens em movimento de maneira divertida, com um compromisso profundo com a representação automática. Nos últimos anos trabalhou com diversos festivais e instituições e seu documentário “Cocachauca” ganhou o prêmio de filme mais inovador do CINECIEN, Argentina. Com uma imaginação inquieta e em constante expansão, ela estreou sua primeira experiência solo de RV “Inside A” na Somerset House Studios, uma experiência muito pessoal explorando a narrativa na atmosfera de realidade virtual. Ela faz parte do grupo Amplify da Mutek desde 2019 e também é professora de cinema em Lima, Peru, onde atualmente trabalha.

 

Filaments of a circle é uma narrativa experimental que tem como eixo central a ideia da síndrome de Alice no País das Maravilhas, uma condição clínica bastante rara, caracterizada por breves episódios de distorção na percepção da imagem corporal e do tamanho, distância, forma ou relações espaciais dos objetos, bem como na passagem do tempo.

 

Parece que o escritor Charles Lutwidge Dofgson (Lewis Carroll) sofria de fortes enxaquecas e pode ter experimentado essa síndrome, que se refletiu nas experiências de Alice durante sua jornada pela toca do coelho. Nestes tempos estranhos que estamos passando, há uma distorção da realidade, do tempo presente e uma sensação de incompreensão do nosso futuro. Encontramo-nos desorientados num mar de possibilidades, a tecnologia mudou completamente a nossa forma de perceber o mundo que nos rodeia. Nós nos encontramos descendo pela toca do coelho.

 

O título desta obra foi escolhido em um jogo visual, como os filamentos de uma planta flutuando em um copo d’água. Este fenômeno físico causa uma distorção semelhante às percepções experimentadas durante a síndrome de Alice no País das Maravilhas.

 

A narrativa multilingue (inglês, espanhol, português, alemão) está dividida em 4 diferentes histórias sonoras espaciais de 5 minutos cada onde a ideia de cada peça é descrever um objeto ou situação a partir desta distorção da percepção, das sensações produzidas por esta percepção.

 

A obra foi originalmente comissionada para o festival In/Out, com apoio do Coincidencia, um programa da Fundação Suíça para a Cultura Pro Helvetia.