Data/Local: Oi Futuro
Composto pelo duo radicado em Londres, Inga Copeland e Dean Blunt, o Hype Williams, nas raríssimas entrevistas que deu a imprensa especializada, já disse tanta coisa estapafurdia que a primeira coisa que vem a cabeça é que eles não se levam a sério. Exemplo. Lançaram músicas através de maças com pendrives embutidos que foram vendidas no mercado de Brixton, em Londres; que eles são amigos de rappers norte-americanos; que Inga já tentou entrar para o time de futebol do Arsenal; que Dean foi pego roubando guaxinins de taxidermistas e que se juntou a Nação do Islam.
O próprio nome do duo é uma piada – Hype Williams é o nome de um famoso diretor de vídeos de rap. E mesmo seus “nomes de verdade” (Dean e Inga), parecem ser falsos.
Com três álbuns lançados como Hype Williams – Untitled (Carnivals, 2010), Find Out What Happens When People Stop Being Polite, And Start Getting Reel (De Stijl, 2010) e One Nation (Hippos in Tanks, 2011) – além de Black is Beautiful (Hyperdub, 2012), trabalho assinado com o nome de Dean Blunt & Inga Copeland, o duo não só descostrói sua imagem como também a sua própria sonoridade: uma espécie de dub eletrônico esfumaçado e lo-fi influênciado por hip-hop e pop. Muitas músicas não tem nome e estão repletas de samples de rips mal comprimidos de vídeos do YouTube, chiados de fita, batidas fora de sincronia, noise e instrumentos baratos.